“Não é o mais forte o que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças"
Evolucionismo
Depois da teoria de Lamarck, o cientista inglês Charles Darwin enuciou sua teoria sobre a evolução, juntamente com Alfred Wallace. Através de estudos percebeu a existência de semelhanças entre animais de diferentes regiões, entre animais vivos e em extinção, logo, os seres presentes na terra não são imutáveis. A partir daí, conclui-se que os seres vivos passam por um processo dinâmico, onde fatores de ordem natural influenciam na modificação dos organismos vivos.
Nos séculos seguintes, a seleção natural ganhou suporte da genética, especialmente com os trabalhos do mestre Dobzhansky. É a teoria evolucionista moderna, conhecida como neodarwinismo, que compreendeu pela primeira vez o valor evolutivo das mutações e os mecanismos pelo qual eles ocorrem.
Darwin x Lamarck
A teoria de Lamarck diz que um organismo adquire uma característica para se adaptar ao meio e transmite essa característica para a sua prole. Ele se apoiava na sua observação de que girafas costumam ter pescoço de comprimento igual à altura das árvores da região. Sua teoria é de que sucessivas gerações de girafas foram esticando seu pescoço até alcançar o galho. Cada geração herdava de seus pais a informação da altura das árvores de alguma forma. Assim as espécies evoluem de maneira a se adaptar ao meio. Já Darwin, com seu maravilhoso trabalho de análise de pássaros nas ilhas Galápagos, elaborou uma teoria na qual novas características são obtidas de maneira aleatórea e que o meio se encarrega de selecionar os indivíduos mais bem adaptados. As espécies evoluem por acaso e o meio apenas seleciona quais são as espécies mais importantes. No caso das girafas, o darwinismo diz que girafas com pescoço do tamanho das árvores nascem por acaso e que essas girafas, por terem tamanho correto, tem uma vantagem evolutiva sobre as outras girafas. As descobertas da genética do século XX dão suporte imenso a apenas uma das teorias. Darwin estava certo. O DNA, de acordo com os princípios da genética, não sofre alterações dependentes do meio, apenas estocásticas, como a radiação solar.
O que sempre me incomodou no darwinismo ortodoxo é que o acaso é casual de mais. Eu entendo que mudanças de uma espécie para a seguinte não são comuns e são bem graduais, mas eu nunca consegui aceitar muito bem a idéia de que todas as diferenças intra-espécie são proveniente de processos completamente casuais. Eu sempre tive um fundinho de esperança que Lamarck não estivesse tão errado, de que a evolução fosse um processo composto de alterações profundas no DNA causadas por eventos estatísticos, mas que essa evolução fosse passível de ser modulada por um sistema que dialogava com o meio de uma forma mais flexível. Um sistema desses tornaria a evolução bem mais fácil! Vamos ver o que os próximos anos de pesquisa com o RNA e com os processos metabólicos evolutivos vão nos dizer.
SAIBA MAIS!
http://www.icb.ufmg.br/lbem/aulas/grad/evol/darwin/darwinduvidas.html